Odeio calor

Recentemente descobri uma coisa muito importante sobre mim: não nasci para viver num país tropical. Esse sol que não dá trégua e esse calor infernal tornam os meus dias muito mais difíceis.

Alguém me explica como alguém pode esperar ansiosamente pela chegada do verão? Como alguém pode adorar esse período do ano em que uma caminhada de 100 metros se torna praticamente impossível se não há sombra no trajeto e você fica todo pegajoso e suado três segundos depois de sair do banho?

E aquelas pessoas que chegam na praia às oito da manhã e só vão embora às seis da tarde? Será que elas nunca ouviram falar em câncer de pele? Qual a graça que elas vêem em passar o dia tostando ao sol e se lambuzando de óleos bronzeadores? Outro dia li numa revista algo sensacional: “Não há nada mais brega que uma mulher bronzeada demais”, não há como não concordar.

Sem contar que o verão deixa muito mais difíceis atividades que antes você considerava normais no seu dia-a-dia, como passear com o cachorro (seu bichinho pode reclamar, mas duvido que você vá sair com ele ao meio dia) ou ir trabalhar (morro de pena dos engravatados que eu vejo andando na rua suando em bicas, o escritório deles pode até ter ar condicionado, mas em algum momento do dia eles terão que sair lá de dentro).

E ainda tem aquela famosa frase que eu escuto desde pequena: “Seu pai não é acionista de Light!!!”. Ou seja, passar o dia todo confortavelmente com o ar condicionado ligado torna-se financeiramente inviável. E só para todo mundo ficar com pena de mim, moro ao lado de Bangu, o bairro mais quente do Rio de Janeiro. Sentiu o drama?

E é justamente por sentir tanta falta daquelas agradáveis tardes à 18ºC, quando eu conseguia andar por aí de calça jeans e tênis sem achar que ia derreter que estou planejando minha mudança para a Dinamarca. Mas como ainda não tenho dinheiro nem para a passagem, aceito sua contribuição, tá?