Minha irmã e suas amigas tem sérias dificuldades em descrever as pessoas. Por exemplo, a corversa que ela teve outro dia com uma das meninas:
_ Você é da turma do Guilherme, não é?
_ Que Guilherme? Tem, tipo, uns três Guilhermes na minha turma, qual deles?
_ Sei lá, o Guilherme, ué!
_ Ele é meio alto e magro?
_ Não.
_ Ele é meio gordinho e meio moreno?
_ Não.
_ Então é o Chiquinho! Eu estudo com ele sim.
Quando ela me contou essa história, eu, na minha humilde ignorância perguntei se não seria mais fácil se ela tivesse descrito logo o menino para a amiga, ao invés de esgotar todas as possibilidades primeiro. E se tivessem 17 Guilhermes na sala dela? E minha irmã, no auge de sua sabedoria me responde:
_ Mas é impossível descrever o Guilherme! Ele tem um cabelo castanho normal, meio curto, mas não é careca. Não é alto nem baixo. Gordo nem magro. O olho dele é de uma cor insignificante, não tem nenhuma característica marcante, tipo uma pinta gigante no meio da cara. A culpa é minha? Foi muito mais rápido desse jeito.
Então tá, né.